Sobre atravessar um rio

Nós temos a capacidade de acordar. Todos estamos profundamente tomados por essa capacidade. Mas sem a prática ela não se manifesta, por isso precisamos da prática.

Não adianta sentar no bar, pedir uma garrafa de cachaça e explicar brilhantemente sobre o zen. Tem gente capaz de fazer isso, eles lêem vários livros, se reúnem nos bares e discutem – Porque o zen diz isso e o mestre Tal falou aquilo, porque o budismo, porque o taoísmo…

Eles sabem muito, e não sabem nada.

Esses dias alguém me rememorou uma história típica do zen. Encontraram-se a beira de um rio, um mago, um yogue e um mestre zen. E o yogue disse: “Vou mostrar à vocês como se atravessa um rio”. Elevou-se no ar e pousou na outra margem. Então o mago disse: “Isso não é nada”. Foi até a beira do rio e foi caminhando por sobre a água até o outro lado. O mestre zen, olhando tudo aquilo, arregaçou a roupa, entrou no rio e foi com muita dificuldade, caindo, tropeçando, nadando, até que chegou a outra margem todo ensopado. Começou a torcer a roupa, olhou para os dois e disse: “ Vocês não sabem nada sobre atravessar um rio.

Atravessando o rio

14/05/2011
Monge Genshô

(Trecho extraído de um texto do Monge Genshô publicado aqui no site http://www.daissen.org.br)

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